Quem dispõe de recursos financeiros para poupar, geralmente, busca uma instituição financeira para escolher uma das aplicações disponíveis. Aplicação financeira nada mais é do que um empréstimo que o poupador faz em troca do ganho de rendimentos.
Por outro lado, existem os tomadores de recursos (ou devedores) que estão dispostos a pagar uma remuneração em troca de utilizar os recursos emprestados por um determinado período. Ou seja, o poupador (ou credor) tem a sua disposição diversas estruturas de investimento cujos recursos serão direcionados aos agentes que precisam de crédito para determinada atividade.
Essas operações de empréstimos, quase sempre, são realizadas por meio de estruturas reguladas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários.
SEGMENTAÇÃO DO MERCADO FINANCEIRO NACIONAL
O Sistema Financeiro Nacional está segmentado em 4 grandes mercados:
Mercado monetário:
São operações de política monetária com títulos públicos e de curtíssimo prazo, de compra e venda de moedas realizadas diretamente entre o Banco Central e instituições financeiras com a finalidade de regular a quantidade de moeda da economia (liquidez) e definir a taxa SELIC, taxa de juros básica da economia. Essa taxa é a referência de taxa de juros para os demais mercados.
Mercado de câmbio:
Trata-se do mercado de compra e venda de moedas estrangeiras por Reais referentes às seguintes operações: em espécie (posse de moeda estrangeira); importação e exportação (primário), e respectivas coberturas (secundário); e derivativos.
Mercado de crédito ou mercado bancário:
Nesse mercado circula o maior volume de financiamento para o agro. Trata-se dos tipos de crédito intermediados por bancos e cooperativas de crédito.
Mercado de capitais:
Mercado na qual os investidores e devedores realizam operações diretamente, amparadas por diversos agentes autorizados que se responsabilizam em deixar estruturas de crédito transparentes e seguras. Esse segmento vem crescendo rapidamente e tem se tornado importante alternativa para o crédito agro.
Crédito informal – em todos os setores produtivos existem também um grande volume de crédito informal, muitas vezes por meio de contratos bilaterais, títulos de créditos e garantias. Esse segmento paulatinamente tem migrado para o segmento de mercado de capitais a medida que aumenta o entendimento e acesso às estruturas reguladas.
SEGMENTOS E INSTRUMENTOS UTILIZADOS DE FINANCIAMENTO
Como já mostrado no post anterior, os mercados de crédito (ou bancário) e de capitais são os grandes responsáveis pelo fluxo financeiro para o agronegócio. Mas, quais os instrumentos que permitem a transferência de recursos do credor para o tomador?
O mercado de crédito (ou bancário) é formalizado por meio de bancos e cooperativas de crédito que captam recursos de seus clientes credores (ou investidores) e emprestam para seus clientes tomadores (ou devedores).
Os instrumentos de captação utilizados são CDB; LF; LCI; LCA; etc. Do outro lado, quando o banco empresta os recursos captados, além de exigir uma garantia, formaliza a operação com um título de crédito adequado para essa finalidade.
O mercado de capitais utiliza diversos agentes de maneira concatenada para permitir que os investidores e tomadores se encontrem por meio de uma estrutura de crédito segura e regulada.
Esses agentes em conjunto e cada qual com sua responsabilidade, fazem todas as atividades que bancos e cooperativas de crédito realizam internamente.
Os instrumentos são diversos, como fundos de investimentos, estruturas de dívida (debêntures) e de securitização (CRAe CRI).
REGULADORES
As normas para o mercado financeiro são emanadas pelo Conselho Monetário Nacional. Suas responsabilidades são formular a política da moeda e do crédito. O Bacen é o responsável pela garantia de cumprimento das normas.
Banco Central do Brasil Os mercados monetários, de câmbio e de crédito (mercado bancário) são regulados pelo Bacen que monitora, fiscaliza e executa as políticas para cada um dos mercados.
Comissão de Valores Mobiliários
O mercado de capitais (ou de valores mobiliários) são regulados pela CVM que fiscaliza, normatiza, disciplina e desenvolve o mercado de valores mobiliários no Brasil.